Tecnologia cearense para a Venezuela

web rádio de coreaú:
O Ceará iniciou um processo de transferência de tecnologia em exploração de caprinos e ovinos para estados da região semi-árida da Venezuela. Este mês, cinco professores da equipe de Caprinos e Ovinos da Uece publicaram artigos individuais no livro “Reproducción en Ovinos y Caprinos Tropicales”, editado em Maracaibo pela Fundação Giraz, da Universidade de Zulia do estado de mesmo nome.Um dos autores, José Ferreira Nunes, professor do doutorado em Veterinária da Uece, participou em março de workshop com pesquisadores, criadores e gestores de instituições do governo da Venezuela nas Universidades de Zulia e de Barquicimeto. O pesquisador cearense, autor da primeira patente biológica do Brasil, fez demonstrações com a diluição do sêmen na água de coco em pó para inseminação artificial em caprinos e ovinos.Segundo Nunes, os venezuelanos ficaram surpresos ao ver como o diluidor prolongava tanto a vida dos espermatozóides. O sêmen coletado que não foi usado no dia do experimento ficou na geladeira. “No dia seguinte, ainda existiam espermatozóides vivos na água de coco em pó”, conta o pesquisador. Até um técnico do Centro de Melhoramento Genético com bovinos na Venezuela ficou interessado em aplicar a tecnologia com vacas.Nunes conta que os venezuelanos se interessaram por raças ovinas, principalmente a Santa Inês. “Há uma perspectiva fabulosa de colaboração entre os governos Lula e Hugo Chavez, que estava importando o gado Girolanda para pequenos produtores da Venezuela, e agora pode substituir por caprinos e ovinos”, afirma.O pesquisador da Uece conta ter demonstrado que onde se criaria uma vaca, se criariam 10 cabras leiteiras ou 10 ovinos. “Mostramos que em 10 anos, começando com 10 cabras e 10 vacas, teria 12 a 13 mil cabeças de caprinos, ou de ovinos, e 1.200 de bovinos. Eles ficaram entusiasmados com a perspectiva de difusão e aumento progressivo do rebanho”, relata.O Ceará está na mesma latitude de Zulia, com iguais condições de aridez que permitem criar pequenos ruminantes na Venezuela, nas regiões mais populosas que têm uma economia muito voltada para a produção de queijos de cabras e carne de ovinos, compara o professor Nunes.